É clássico. Ninguém dorme na noite anterior à estréia. Pendências, medos, contrações. Parece que deitar na cama se torna pesado e estranho. Não adianta contar carneirinhos. Quando a ansiedade bate, não há ensaio que resolva. Depois de tanto tempo fechados em um processo umbilical e cansativo, temos a chance de mostrar o nosso pequeno monstro para olhares diferentes. O primeiro encontro. Aquele momento que você deseja muito, mas sabe que talvez por nervosismo, fale besteiras ou quebre a taça na hora do brinde. E se isso acontecer, você vai ficar sem graça por um momento, mas depois vai rir da situação. Porque haverá outra oportunidade. Outros encontros. Outras pessoas. Talvez as mesmas. Com o coração mais aberto, e você com o discurso mais conciso. Pra mim, um espetáculo sempre nasce prematuro porque o público é parte fundamental do processo. Dialoga, sente, demonstra. O teatro (como amor!) só acontece quando o outro te olha. Conversa, exibe a delicadeza, aceita comungar. E por mais contemporânea que seja a obra, o artista quer ser entendido. Transformar você. E isso não está relacionado à carência, e sim, a ideologia. Não há sentindo nenhum em realizar monólogos egocêntricos quando se há tanta vida para trocar.
Hoje, a gente espalha a poesia, pede o toque, o teu olhar aberto. Que seja a primeira de muitas apresentações. Um brinde ao Poéticas e a Andaime! Evoé! =]
Águas Claras
Estréia dia 20/09 (hoje) as 19h e as 21h,
na Avenida Araucárias, lote 1525, na Praça do Edifício Metrópole.
Entrada Franca!