Depois de secos meses, ela decide benzer as linhas da cidade. O cheiro de terra molhada invade o asfalto amplo e fica mais fácil sorrir sem motivo. É como se a preguiça convidasse o nosso corpo cansado da aridez quase-eterna para dar uma voltinha no parque. Trilha sonora leve, brisa calma. O céu antes colorido fica cinza - cinza-azulado – e de repente, a noite visita o dia. É mágico ver o sol ceder espaço imediato para nossa escuridão urbana. Ai, ela vem e me abraça. Deságua desejos. Traz a certeza que o fim é sempre começo de algo novo. Limpa, invade o peito, encharca os olhos. A chuva molha todas as frestas. Me acalma a pele. Suavemente eu me dissolvo e sou levada pelo destino incerto das lágrimas celestes. Os traços da cidade ficam borrados. Pessoas intocadas buscam o toque urgentemente. E o meu confortável edredom preto me abraça. Espaço duplo para um corpo só. Mas a moça se exibe e dança sobre os meus antigos vidros embaçados. Ela lava minha alma. Sou água nova sobre a cidade cimento.
Água Nova (Modificado)
Depois de secos meses, ela decide benzer as linhas da cidade. O cheiro de terra molhada invade o asfalto amplo e fica mais fácil sorrir sem motivo. É como se a preguiça convidasse o nosso corpo cansado da aridez quase-eterna para dar uma voltinha no parque. Trilha sonora leve, brisa calma. O céu antes colorido fica cinza - cinza-azulado – e de repente, a noite visita o dia. É mágico ver o sol ceder espaço imediato para nossa escuridão urbana. Ai, ela vem e me abraça. Deságua desejos. Traz a certeza que o fim é sempre começo de algo novo. Limpa, invade o peito, encharca os olhos. A chuva molha todas as frestas. Me acalma a pele. Suavemente eu me dissolvo e sou levada pelo destino incerto das lágrimas celestes. Os traços da cidade ficam borrados. Pessoas intocadas buscam o toque urgentemente. E o meu confortável edredom preto me abraça. Espaço duplo para um corpo só. Mas a moça se exibe e dança sobre os meus antigos vidros embaçados. Ela lava minha alma. Sou água nova sobre a cidade cimento.
Gostei das modificações. O texto ficou mais forte e mais poético... Agradeço a generosidade da Pat por permitir contribuições do grupo. É um desafiador exercício de desapego! Também tenho feito alterações nos textos que me propus a musicar, serão postados no momento adequado...
ResponderExcluirÀ propósito, achei bastante produtivo nosso encontro de ontem! Não vejo a hora de chegar quinta-feira!
Bjs,
Marília
Oi, Má.
ResponderExcluirEu também gostei mais da nova versão. É engraçado, porque só agora, relendo todos os textos, percebo os meus vícios. As palavras repetidas, expressões redundantes. Talvez esse olhar do outro seja essencial para a compreensão do próprio autor sobre a obra. Não basta olhar no espelho, é preciso ver outras imagens de si pelos olhos dos outros. Quero ver as suas mudanças também. Tenho certeza que vai ficar ótimo. E quanto a generosidade, eu que agradeço a Andaime! =]
beijos