Poéticas Urbanas foi contemplado como projeto especial apoiado pelo Fundo de Arte e Cultura da Sec. de Cultura do GDF e prevê: oficinas gratuitas de poesia falada nos bairros do Distrito Federal; publicação do livro Entreaberta composto por textos do blog de Patrícia Del Rey; e estudos de performances feitos pela companhia para transformar em imagens o universo existente nos textos da atriz , que em sua maioria falam da cidade Brasília e da figura feminina.

Este estudo foi ensaido nas quadras do Plano Piloto em busca de intimidade com o concreto, com as janelas e com os passantes. O trabalho ainda em processo, são poesias vertidas em pequenas cenas de transição em uma linguagem mista de teatro e performance.
Não contaremos uma estória, contaremos passos pelas ruas da cidade.

FICHA TÉCNICA:


Concepção: Andaime Cia de Teatro
Direção: Tatiana Bittar e Márcio Menezes
Intérpretes: Ana Luiza Bellacosta, Kamala Ramers, Larissa Mauro, Márcio Menezes, Patrícia Del Rey e Tatiana Bittar
Músicos: Lucas Ferrari e Marília Carvalho
Vídeo Projeção: Hieronimus do Vale

Luz: Zizi Antunes
Direção de Arte: Roustang Carrilho
Design Gráfico: Maíra Zannon Ilha Design
Fotos: Diego Bresani
Assessoria de Imprensa: Bruno Mendonça
Produção: Andaime Cia de Teatro e Tainá Lacerda

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre o artista, o grupo e a criação


Tem dias na vida da gente que são mais produtivos que outros, mais intensos que outros...Tem uma coisa que se chama percepção, outra intuição, outra coisa que se chama desejo e outra ainda que se chama inspiração. Como controlá-las? Será que é possível para aquele que trabalha com a criação todos os dias – será que é possível para um artista conseguir encorajar a sua inspiração ou será que é a sua inspiração que encoraja a sua criação e daí sim ele sai do lugar? Do lugar comum, do lugar cotidiano, do lugar clichê. É possível disciplinar a inspiração¿ Arte não é técnica¿ Então que raios é isso que chamam de inspiração¿
Essa semana pude ouvir a história de um grupo formado aqui em Brasília e de repente o narrador disse ‘aí nasceu o Concreto’ – eu perguntei como assim aí¿ Na apresentação do slide não era clara a datação daquele momento, questionei e disse: então quer dizer que foi algo mais subjetivo? E a resposta foi surpreendente. Ele disse: ‘não tem nada de subjetivo, ao contrário, foi muito objetivo. Tínhamos interesses, metas, e pensamentos comuns’. Essa convergência é absurdamente objetiva, é desses pontos palpáveis de afinidade que podemos dizer que somos um grupo e estamos olhando na mesma direção. E isso é objetivo, é esse o NOSSO objetivo – estar e fazer juntos. Afinal a comunidade é ‘o estado do que é comum’. Comunhão ‘a união dos mesmos’.
Mas é um paradoxo, ou será insatisfação¿ Não sei, eu acho que é ganância mesmo, uma ganância branca que busca sair do lugar comum (desejo artístico) e voltar a ele (desejo grupal) pensando em algo maior que permita essa essa harmonia* entre percepção-intuição-desejo-inspiração-técnica...não sei onde eu queria chegar...acho que eu só queria passar.

*Música Ciência da formação e encadeamento dos acordes; princípios e normas que a regulam. O acorde consiste em dois ou mais sons ouvidos simultaneamente. A harmonia trata da formação de acordes numa combinação que seja tanto agradável ao ouvido como de conteúdo musical. A harmonia mostra também quais os acordes que podem suceder-se numa determinada melodia.



Por Kamala Ramers

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