Poéticas Urbanas foi contemplado como projeto especial apoiado pelo Fundo de Arte e Cultura da Sec. de Cultura do GDF e prevê: oficinas gratuitas de poesia falada nos bairros do Distrito Federal; publicação do livro Entreaberta composto por textos do blog de Patrícia Del Rey; e estudos de performances feitos pela companhia para transformar em imagens o universo existente nos textos da atriz , que em sua maioria falam da cidade Brasília e da figura feminina.

Este estudo foi ensaido nas quadras do Plano Piloto em busca de intimidade com o concreto, com as janelas e com os passantes. O trabalho ainda em processo, são poesias vertidas em pequenas cenas de transição em uma linguagem mista de teatro e performance.
Não contaremos uma estória, contaremos passos pelas ruas da cidade.

FICHA TÉCNICA:


Concepção: Andaime Cia de Teatro
Direção: Tatiana Bittar e Márcio Menezes
Intérpretes: Ana Luiza Bellacosta, Kamala Ramers, Larissa Mauro, Márcio Menezes, Patrícia Del Rey e Tatiana Bittar
Músicos: Lucas Ferrari e Marília Carvalho
Vídeo Projeção: Hieronimus do Vale

Luz: Zizi Antunes
Direção de Arte: Roustang Carrilho
Design Gráfico: Maíra Zannon Ilha Design
Fotos: Diego Bresani
Assessoria de Imprensa: Bruno Mendonça
Produção: Andaime Cia de Teatro e Tainá Lacerda

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Subtexto

Poderia morrer essa madrugada, estraçalhada no concreto. Ou submersa no Lago Paranoá. Virar comida de peixe, lenda urbana, pedaços de seca. Conseguir me espalhar por todos os monumentos brancos, dores pingadas de um lamento. Rabiscar essa espera infinita e fazer um quadro abstrato com cores frias. Não passar pelo caminho da tua casa, não sentir a lembrança estampada no meu rosto marcado. Ser um pequeno azulejo quebrado do parque da cidade. E cessar qualquer esperança chula de uma felicidade mofada. 

É tarde para recomeço ou suicídios. Você invade as minhas palavras. Presa entre as letras, a mulher que não sou. A dor que escondo, o filho abortado. Há pedaços em todas as cidades que se deve partir. Não se preocupe. A tua outra parte, segura e pré-estabelecida, cuidará das tuas tempestades.

E quanto a mim, lembrança tola, sou cidade esquecida.

Um comentário: