A finitude das coisas ...a morte ...o fim...o recomeço... a repetição de padrão , o tabu. O encontro com o túnel sem volta, o eterno fim, o não recomeço, o envelhecer. O aprendizado. A sabedoria. A morte. A sociedade ocidental. O bolo que acaba, a saudade, a rejeição. A teimosia, a exacerbação das qualidades e defeitos, de novo velhice... A imprudência, a irresponsabilidade, de novo a repetição de padrões, a não aceitação. A lida com a rejeição – a teoria do vazio, a sociedade do acumulo, do lucro, da posse... O medo aaaaah! O medo da morte... os dois únicos enterros que fui, é realmente incrível como que os números de mortos aumentam de acordo com o aumento da idade... mais uma vez a velhice! E o suicídio¿ o desejo de não viver mais, o fim das perspectivas a necessidade que temos de reagir o tempo inteiro diante de perspectivas não risonhas – o medo, a depressão, o excesso de mediocridade, a auto indulgencia, a vontade de estar no caminho da luz, de pedir para o motorista lá de cima parar e agora definitivamente descer, mas não... apertamos o sinal, queremos puxar a alavanca vermelha e na hora de descer o cú pisca, aperta...dá um frio na barriga, dá medo, dá medo de fracassar, de não ir para outro lado de ficar na metade do caminho – de ficar inválido, de ficar dependente, de ser paraplégico, paralítico, vegetal, inútil, e esse medo já nos deixa paralisados – e eu não faço nada!! Não vou para trás nem para frente- estagno. Uma ode aos suicidas aos corajosos, aqueles que se matam, que desistem, que se permitem deprimir, dizer é o fim, não fingir que é alegre, não fingir que é feliz, não dizer que está bom – uma ode aos que sobrevivem aos que estão mortos e esqueceram de enterrar, aqueles que consideram que viver é viver como estão viver...assim pela metade – um brinde à insatisfação – é ela que move é ela que não deixa morrer! E que merda que é não deixar morrer, não morrer...QUE MERDA!
Por Kamala Ramers
O profundo silêncio que se escuta. Eco de liberdade. Fios de cabelo no chão. Quantos cairão até o final do último parágrafo?Eu celebro o ato de descamar diariamente. Um pedaço de pele. Um pedaço de unha. Um pedaço de palavra. Esfrego a minha senhora, enquanto tomo banho. Retiro o cheiro dela, disfarço o gosto, camuflo o medo. Eu entrego, sem objeções, o meu império. Os pés dançam sob o abismo velado a espera diária por uma solução eficaz. Eu bebo a minha eternidade no café da manhã. Assopro as certezas para longe. Peço para que em breve, não haja mais chão. Nem buracos. Nem padrões. O meu tempo deve ser todo consumido. Me despeço enquanto apago as memórias deixadas. Intercessões, alegrias, dores, marcas, as cicatrizes e afins. Os pormenores serão abortados. Até que tudo vire ausência. E o acaso me transforme em lembrança.
Por Patricia Del Rey
Por Patricia Del Rey
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