Poéticas Urbanas foi contemplado como projeto especial apoiado pelo Fundo de Arte e Cultura da Sec. de Cultura do GDF e prevê: oficinas gratuitas de poesia falada nos bairros do Distrito Federal; publicação do livro Entreaberta composto por textos do blog de Patrícia Del Rey; e estudos de performances feitos pela companhia para transformar em imagens o universo existente nos textos da atriz , que em sua maioria falam da cidade Brasília e da figura feminina.

Este estudo foi ensaido nas quadras do Plano Piloto em busca de intimidade com o concreto, com as janelas e com os passantes. O trabalho ainda em processo, são poesias vertidas em pequenas cenas de transição em uma linguagem mista de teatro e performance.
Não contaremos uma estória, contaremos passos pelas ruas da cidade.

FICHA TÉCNICA:


Concepção: Andaime Cia de Teatro
Direção: Tatiana Bittar e Márcio Menezes
Intérpretes: Ana Luiza Bellacosta, Kamala Ramers, Larissa Mauro, Márcio Menezes, Patrícia Del Rey e Tatiana Bittar
Músicos: Lucas Ferrari e Marília Carvalho
Vídeo Projeção: Hieronimus do Vale

Luz: Zizi Antunes
Direção de Arte: Roustang Carrilho
Design Gráfico: Maíra Zannon Ilha Design
Fotos: Diego Bresani
Assessoria de Imprensa: Bruno Mendonça
Produção: Andaime Cia de Teatro e Tainá Lacerda

terça-feira, 3 de maio de 2011

Texto de ator

Este texto foi escrito em oficina ministrada por Ana Luiza Belacosta e Kamala Ramers e é inspirado no texto Cimento Urbano de Patricia Del Rey.

Não era sexta nem sábado. Parecia eterno. Não sei, creio que também não era domingo, não sei, não sei, minha memória parece velha. Não tenho a menor certeza se era dia de feira. Lembro que não era segunda, não era terça, quarta ou quinta. Não era... Parecia um dia fora do dia, fora do tempo, fora de tudo. Era um dia comum, desses que semelha a eternidade, lembro apenas que se fazia um deserto em mim. Lembro apenas do tempo escorrendo, escorrendo, escorrendo, percorrendo os minutos, as horas, os dias inteiros. Impossível esquecer aqueles calafrios que eu senti nesse dia, ao ser tocado. Meu corpo uivava de delicias. Era tanta que a doença começou nesse instante, se espalhou por todos os poros. Hoje sou contato contagioso embalado. Perdi a visão por ver demais e perdi o tato por viver sufocado de tanta superfície virtual. Afogado na plenitude do virtual.

Por Márcio Menezes

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